Você fez o exame de testosterona e o resultado veio “normal”. Mas a fadiga continua. A libido segue em baixa. A disposição para treinar simplesmente não aparece. E aqui está o que poucos médicos investigam: o problema pode não estar na quantidade de testosterona que você produz, mas em quanto dela está realmente disponível para suas células usarem.
Esse é o papel do SHBG — a globulina ligadora de hormônios sexuais. Quando ela está elevada, funciona como uma esponja molecular que sequestra sua testosterona, impedindo que ela exerça seus efeitos no corpo. Você tem o hormônio circulando, mas ele está preso, inacessível.
E o resultado? Sintomas clássicos de testosterona baixa, mesmo com exames “dentro da normalidade”.
O que é SHBG e por que ela importa mais do que você imagina
Pense no SHBG como um ônibus escolar que transporta hormônios pelo sangue. Ele carrega testosterona, estrogênio e outros hormônios sexuais de um lugar para outro — mas enquanto estão dentro do ônibus, esses hormônios não podem agir. Eles estão ligados, inativos.
Apenas a testosterona que está “fora do ônibus” — a chamada testosterona livre — consegue entrar nas células e exercer suas funções: construir músculos, manter a libido, sustentar energia, regular humor.
Quando o SHBG está alto, você tem muitos ônibus circulando e poucos hormônios livres para trabalhar. É como ter dinheiro no banco, mas nenhum cartão para sacar.
Por que seu SHBG está elevado
O SHBG não aumenta por acaso. Ele responde a sinais metabólicos e hormonais específicos. Aqui estão as causas mais comuns:
Excesso de estrogênio ou uso de terapias hormonais: Estrogênio estimula a produção de SHBG no fígado. Isso explica por que mulheres em reposição hormonal oral ou homens com aromatização excessiva (conversão de testosterona em estrogênio) frequentemente apresentam SHBG elevado.
Hipertireoidismo ou tireoide acelerada: Hormônios tireoidianos em excesso aumentam a síntese hepática de SHBG. Se você tem sintomas como palpitações, perda de peso inexplicável e ansiedade, vale investigar a tireoide junto.
Baixa ingestão de carboidratos por tempo prolongado: Dietas cetogênicas ou muito restritivas em carboidratos podem elevar o SHBG como resposta adaptativa. O corpo interpreta a restrição como escassez e ajusta a disponibilidade hormonal.
Resistência à insulina paradoxal: Enquanto a resistência à insulina clássica reduz o SHBG, alguns indivíduos com metabolismo peculiar apresentam elevação. Cada corpo responde de forma única.
Genética e polimorfismos: Algumas pessoas simplesmente produzem mais SHBG devido a variações genéticas. Não é culpa sua — é como seu corpo foi programado.
Os sintomas que ninguém conecta ao SHBG alto
Aqui está o problema: os sintomas de SHBG elevado são idênticos aos de testosterona baixa. E se o médico olhar apenas para a testosterona total, vai dizer que está tudo bem.
Mas você sente:
Libido em queda livre. O desejo sexual simplesmente não aparece mais, mesmo em situações que antes despertavam interesse. Isso acontece porque a baixa libido masculina está diretamente ligada à testosterona livre disponível — não à total.
Fadiga persistente. Aquela sensação de que você está sempre operando a 60% da capacidade. Treinos ficam mais difíceis, recuperação demora mais, e até tarefas simples parecem exigir esforço desproporcional.

Dificuldade para ganhar massa muscular. Você treina, come proteína, dorme bem — mas os resultados não aparecem. A testosterona livre é essencial para síntese proteica e hipertrofia muscular.
Mudanças de humor e irritabilidade. Hormônios sexuais influenciam neurotransmissores como dopamina e serotonina. Quando a testosterona livre cai, o humor acompanha.
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Como reduzir o SHBG e liberar sua testosterona
A boa notícia: SHBG elevado responde a intervenções estratégicas. Não é questão de tomar um suplemento mágico — é sobre ajustar os sinais metabólicos que o fígado está recebendo.
Otimize a ingestão de carboidratos: Se você está em dieta muito baixa em carboidratos há meses, considere reintroduzir quantidades moderadas, especialmente ao redor dos treinos. Carboidratos reduzem o SHBG ao melhorar a sinalização de insulina.
Corrija o excesso de estrogênio: Se a aromatização está alta, compostos como DIM (diindolilmetano) e cálcio-D-glucarato podem ajudar o fígado a metabolizar estrogênio de forma mais eficiente. Mas isso precisa ser avaliado individualmente.
Suporte hepático: O fígado produz SHBG. Quando ele está sobrecarregado — por álcool, medicamentos, toxinas ou inflamação crônica — a produção pode se desregular. Suplementos como NAC, colina e taurina apoiam a função hepática.
Avalie a tireoide: Se o hipotireoidismo foi descartado mas você tem sintomas de hipertireoidismo subclínico, ajustar a função tireoidiana pode normalizar o SHBG.
Boro e magnésio: Estudos mostram que o boro pode reduzir o SHBG e aumentar a testosterona livre. O magnésio também demonstra efeitos moduladores. Doses típicas: 6-10mg de boro e 400-600mg de magnésio ao dia.

Treine com inteligência: Exercícios de força moderados a intensos ajudam a regular hormônios sexuais e melhorar a sensibilidade à insulina — o que indiretamente pode modular o SHBG.
Quando a reposição hormonal entra em cena
Em alguns casos, mesmo com todas as intervenções de estilo de vida, o SHBG permanece teimosamente alto. Aqui é onde a medicina personalizada faz diferença.
Terapias de reposição hormonal podem ser ajustadas para contornar o problema. Por exemplo:
Testosterona transdérmica ou injetável: Quando administrada de forma adequada, pode elevar suficientemente a testosterona total para que, mesmo com SHBG alto, a fração livre atinja níveis terapêuticos.
Ajuste de vias de administração: Algumas vias de reposição impactam menos o SHBG do que outras. A via oral, por exemplo, tende a elevar mais o SHBG devido ao metabolismo de primeira passagem no fígado.
Monitoramento contínuo: O segredo não está em simplesmente prescrever hormônios, mas em acompanhar como seu corpo responde. Exames regulares de testosterona total, livre e SHBG guiam os ajustes necessários.
E aqui está o diferencial da abordagem Rigatti: não tratamos números isolados. Tratamos você — com seus sintomas, seu contexto, sua bioquímica única.
O que seus exames precisam mostrar
Se você suspeita de SHBG alto, peça ao seu médico para incluir no painel hormonal:
Testosterona total: O ponto de partida, mas insuficiente sozinho.
Testosterona livre: O que realmente importa para função celular. Pode ser medida diretamente ou calculada.
SHBG: A peça-chave do quebra-cabeça.
Estradiol (E2): Para avaliar aromatização e excesso de estrogênio.
TSH, T3 livre e T4 livre: Para descartar disfunção tireoidiana.
Insulina de jejum e HOMA-IR: Para avaliar resistência à insulina.
Esses marcadores juntos contam a história completa — não apenas um capítulo isolado.
A transformação começa quando você entende o jogo
SHBG alto não é uma sentença permanente. É um sinal de que algo no seu metabolismo precisa de atenção — e quando você identifica e corrige esses sinais, seu corpo responde.
A fadiga que parecia crônica começa a ceder. A libido que você achava perdida retorna gradualmente. A disposição para treinar, trabalhar e viver plenamente volta a fazer parte do seu dia.
Não é sobre força de vontade ou “se esforçar mais”. É sobre restaurar o equilíbrio hormonal que permite ao seu corpo funcionar como foi projetado para funcionar. E isso exige olhar além dos exames superficiais, investigar as causas reais e personalizar o tratamento para você.
Porque quando a testosterona finalmente fica livre para agir, você sente a diferença — não apenas nos exames, mas na vida.
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