Você já reparou como o ferro é um daqueles nutrientes que todo mundo fala, mas poucos realmente entendem? Quando seus fios começam a cair, a primeira suspeita é anemia. Quando você se sente exausta, logo pensam em ferro baixo. Mas aqui está o que raramente te contam: ferro demais pode ser tão problemático quanto ferro de menos. E encontrar o ponto ideal — aquele equilíbrio delicado onde seu corpo funciona perfeitamente — é uma arte que poucos médicos dominam.
Seu corpo precisa de ferro para transportar oxigênio, produzir energia e manter seus fios firmes no couro cabeludo. Mas esse mesmo mineral, em excesso, se transforma em um gatilho inflamatório silencioso que pode sabotar sua saúde de formas que você nem imagina.
Por Que Seu Cabelo Cai Quando a Ferritina Está Baixa
Pense no folículo capilar como uma pequena fábrica que trabalha 24 horas por dia. Para produzir fios fortes e saudáveis, essa fábrica precisa de matéria-prima — e o ferro é uma das mais importantes. Quando seus estoques de ferro estão baixos, seu corpo entra em modo de economia.
E aqui está o problema: seu organismo é inteligente e prioriza funções vitais. Produzir hemoglobina para transportar oxigênio? Essencial. Manter seus fios crescendo? Não tão urgente. Resultado: os folículos entram em repouso prematuro, e você começa a notar mais fios no ralo do chuveiro.
A ferritina — a proteína que armazena ferro no seu corpo — funciona como um termômetro desses estoques. Valores abaixo de 30 ng/mL já podem desencadear queda capilar, mesmo que sua hemoglobina ainda esteja “normal”. É como ter uma conta bancária com saldo positivo, mas sem reserva de emergência.
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O Paradoxo da Ferritina Alta: Quando Mais Não É Melhor
Agora vem a parte que confunde até médicos experientes: ferritina alta nem sempre significa que você tem ferro suficiente. Parece contraditório, não é? Mas a ferritina também é uma proteína de fase aguda — ela sobe quando há inflamação crônica no seu corpo.
Imagine que a ferritina é como um cofre. Quando está alta por excesso de ferro, o cofre está cheio e disponível. Mas quando está alta por inflamação, o cofre está trancado — o ferro existe, mas seu corpo não consegue acessá-lo adequadamente. Você tem o mineral, mas ele está sequestrado pela resposta inflamatória.
Valores acima de 200-300 ng/mL em mulheres ou 300-400 ng/mL em homens merecem investigação. Ferro em excesso gera radicais livres — moléculas instáveis que danificam suas células, aceleram o envelhecimento e aumentam o risco de doenças cardiovasculares e metabólicas.

Anemia Sem Anemia: Quando os Exames Mentem
Você já fez exames que voltaram “normais”, mas continua se sentindo exausta, com unhas quebradiças e cabelo fraco? Bem-vinda ao clube das anemias funcionais — aquelas que os exames convencionais não capturam.
A hemoglobina pode estar dentro da faixa de referência, mas se sua ferritina está abaixo de 50 ng/mL, você provavelmente tem sintomas. Fadiga que não melhora com descanso. Dificuldade de concentração. Sensação de frio constante. E sim, aquela queda de cabelo persistente.
Aqui está o que acontece: os laboratórios usam faixas de referência amplas, baseadas em populações gerais — não no que é ideal para você funcionar no seu melhor. É a diferença entre “não estar doente” e “estar verdadeiramente saudável”.
O Ponto Ideal: Onde Seu Corpo Funciona Perfeitamente
Então qual é o número mágico? A verdade é que não existe um valor único para todos. Mas estudos mostram que a maioria das pessoas se sente melhor com ferritina entre 70-100 ng/mL. Nessa faixa, seus folículos capilares têm matéria-prima suficiente, sua energia está estável e você evita os riscos do excesso.
Para atletas ou pessoas muito ativas, valores entre 100-150 ng/mL podem ser mais adequados. Para quem tem histórico de inflamação crônica ou condições autoimunes, o ideal pode ser diferente. É aqui que a medicina personalizada faz toda a diferença.
Curioso como isso funciona? Seu médico precisa olhar não apenas para a ferritina isolada, mas para o contexto completo: saturação de transferrina, capacidade total de ligação do ferro, proteína C reativa, histórico clínico e sintomas. É como montar um quebra-cabeça onde cada peça conta uma parte da história.

Por Que Simplesmente Tomar Ferro Pode Não Resolver
Se você já tentou suplementar ferro por conta própria e não viu resultados — ou pior, teve efeitos colaterais gastrointestinais terríveis — há uma razão. Nem todo ferro é igual, e nem toda deficiência responde da mesma forma.
Primeiro, a absorção de ferro depende de vários fatores: acidez estomacal adequada, ausência de inflamação intestinal, níveis suficientes de vitamina C e cobre. Se você tem gastrite, usa antiácidos regularmente ou tem permeabilidade intestinal, pode estar tomando ferro que simplesmente não está sendo absorvido.
Segundo, algumas formas de ferro causam mais desconforto que outras. O sulfato ferroso — o mais comum e barato — é também o mais irritante para o intestino. Formas queladas ou bisglicinato de ferro são muito mais bem toleradas e absorvidas.
E terceiro: se sua ferritina está alta por inflamação, tomar mais ferro pode piorar o problema. É como jogar lenha em uma fogueira que já está acesa. Nesses casos, o foco precisa estar em reduzir a inflamação, não em adicionar mais mineral.
Quando a Causa Está Além do Ferro
Às vezes, a queda de cabelo e a fadiga têm o ferro como cúmplice, mas não como vilão principal. Deficiências de zinco, vitamina D, vitaminas do complexo B e problemas de tireoide podem gerar sintomas idênticos. Desequilíbrios hormonais — especialmente relacionados aos andrógenos — também afetam profundamente a saúde capilar.
É por isso que um check-up hormonal completo faz tanta diferença. Olhar apenas para o ferro é como tentar entender um filme assistindo apenas uma cena. Você precisa do contexto completo para identificar a raiz do problema.
Mulheres com menstruações abundantes, por exemplo, podem ter deficiência crônica de ferro — mas a causa raiz pode ser um desequilíbrio entre estrogênio e progesterona. Tratar apenas o ferro é colocar um band-aid em uma ferida que continua sangrando.
O Caminho Para o Equilíbrio
Encontrar seu ponto ideal de ferro não é sobre seguir protocolos genéricos ou tomar suplementos aleatórios. É sobre entender seu corpo como um sistema integrado, onde cada marcador conta uma história e cada sintoma é um sinal.
Quando você identifica se sua ferritina está baixa por deficiência real ou alta por inflamação, quando você investiga as causas subjacentes e não apenas os sintomas, quando você ajusta a reposição de forma personalizada e monitora a resposta — aí sim você cria as condições para que seus fios voltem a crescer fortes, sua energia se estabilize e seu corpo funcione como deveria.
Não é sobre ter o ferro “normal” nos exames. É sobre ter o ferro ideal para você viver com vitalidade, acordar disposta e ver seus fios brilhando no espelho. É sobre tratar a causa, não apenas mascarar o sintoma.
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