Nutricionista avaliando suplementos de saúde tireoidiana com castanhas-do-pará ricas em selênio e resultados de testes de função tireoidiana

Você já se perguntou por que algumas pessoas tomam hormônio tireoidiano e continuam cansadas, com cabelo caindo e metabolismo lento? Aqui está algo que poucos te contam: ter hormônio circulando no sangue não significa que suas células estão conseguindo usá-lo. E é aqui que entra um mineral discreto, mas absolutamente essencial — o selênio.

Sem ele, sua tireoide produz hormônios que seu corpo não consegue ativar. É como ter combustível no tanque, mas sem a chave para ligar o motor.

O Que o Selênio Faz na Sua Tireoide

Pense na sua tireoide como uma fábrica que produz dois tipos de hormônio: o T4 (a forma inativa, armazenável) e o T3 (a forma ativa que suas células realmente usam). O problema? A tireoide produz principalmente T4 — cerca de 80% da produção total.

Para que esse T4 se transforme em T3 ativo, você precisa de enzimas chamadas deiodinases. E adivinhe qual mineral é o coração dessas enzimas? Selênio. Sem ele, a conversão simplesmente não acontece com eficiência.

Estudos mostram que a deficiência de selênio pode reduzir a atividade das deiodinases em até 50%, deixando você com níveis normais de T4 no exame, mas sintomas clássicos de hipotireoidismo: fadiga, ganho de peso, pele seca, raciocínio lento.

É por isso que muitas pessoas com TSH aparentemente normal continuam se sentindo péssimas — o problema não está na produção, mas na ativação.

TPO: A Enzima Que Constrói Seus Hormônios

Mas o papel do selênio vai além da conversão. Ele também é essencial para a produção inicial dos hormônios tireoidianos, através de uma enzima chamada tireoperoxidase — a famosa TPO.

A TPO é responsável por pegar o iodo que você consome e incorporá-lo na estrutura dos hormônios T3 e T4. Sem selênio suficiente, essa enzima trabalha de forma ineficiente, comprometendo toda a cadeia de produção hormonal.

Aqui está o detalhe interessante: quando você tem deficiência de selênio, sua tireoide tenta compensar produzindo mais TPO. Mas sem o mineral para estabilizá-la, essa enzima pode se tornar um alvo para o sistema imunológico — e é exatamente isso que acontece em condições autoimunes como a tireoidite de Hashimoto.

Paciente com tireoidite de Hashimoto recebendo consulta sobre protocolo autoimune especializado com estratégia de redução de anticorpos anti-TPO através de suplementação de selênio

Selênio e o Risco Autoimune

A tireoide é um dos órgãos com maior concentração de selênio no corpo. Por quê? Porque a produção de hormônios tireoidianos gera uma quantidade enorme de radicais livres — subprodutos tóxicos que podem danificar as células da glândula.

O selênio faz parte de enzimas antioxidantes (as glutationas peroxidases) que neutralizam esses radicais livres, protegendo a tireoide de lesões. Quando há deficiência, a glândula fica exposta a danos oxidativos crônicos.

E aqui vem a parte crítica: células danificadas liberam fragmentos que o sistema imunológico pode interpretar como ameaças. Com o tempo, isso pode desencadear uma resposta autoimune — seu corpo começa a atacar a própria tireoide.

Pesquisas indicam que a suplementação de selênio pode reduzir significativamente os níveis de anticorpos anti-TPO em pessoas com tireoidite de Hashimoto, especialmente quando iniciada nas fases iniciais da doença.

Quer saber se seus níveis de selênio estão adequados para a saúde da sua tireoide? Converse com nossos especialistas e descubra.

Quando a Deficiência Acontece (E Por Que É Mais Comum Do Que Parece)

O selênio vem principalmente de alimentos como castanha-do-pará, peixes, ovos e carnes. Mas a quantidade no solo varia drasticamente — e o Brasil tem regiões com solos pobres nesse mineral.

Além disso, algumas condições aumentam a demanda ou reduzem a absorção:

Dietas restritivas ou vegetarianas mal planejadas podem não fornecer selênio suficiente. Problemas intestinais como doença celíaca ou intestino permeável comprometem a absorção. Estresse crônico e inflamação aumentam o consumo de selênio pelo corpo. E gestação e amamentação elevam significativamente a necessidade desse mineral.

Curioso como isso funciona, não é? Você pode estar comendo bem, mas se seu intestino não absorve adequadamente ou se seu corpo está em estado inflamatório constante, a deficiência pode se instalar silenciosamente.

Profissional de saúde preparando protocolo personalizado de absorção mineral com suplementos de selênio e enzimas digestivas para paciente com problemas de permeabilidade intestinal

Quanto Selênio Você Realmente Precisa

A recomendação geral é de 55 microgramas por dia para adultos. Mas aqui está o ponto: essa é a dose para prevenir deficiência grave — não necessariamente a dose ideal para função tireoidiana otimizada.

Estudos com pacientes de Hashimoto usam doses entre 100-200 mcg diários, com resultados positivos na redução de anticorpos e melhora dos sintomas. Mas atenção: mais não é sempre melhor. Doses acima de 400 mcg por dia podem ser tóxicas e, ironicamente, prejudicar a função tireoidiana.

A castanha-do-pará é frequentemente recomendada — uma única unidade pode conter entre 50-90 mcg de selênio. Mas a concentração varia muito dependendo do solo onde a árvore cresceu. Por isso, a suplementação controlada pode ser mais previsível e segura, especialmente em casos de disfunção tireoidiana estabelecida.

Selênio Não Trabalha Sozinho

Aqui está algo que a maioria dos protocolos ignora: o selênio precisa de outros nutrientes para funcionar adequadamente. Ele trabalha em sinergia com iodo, zinco, vitamina A e ferro.

Suplementar selênio sem avaliar o status de iodo, por exemplo, pode ser ineficaz. Da mesma forma, a conversão de T4 em T3 depende não apenas de selênio, mas também de zinco e ferro. É por isso que uma abordagem isolada raramente resolve o problema por completo.

Na Clínica Rigatti, avaliamos o quadro completo — não apenas um mineral ou um hormônio isolado. Porque seu corpo funciona como uma orquestra: cada instrumento precisa estar afinado e tocando no momento certo para que a sinfonia funcione.

Quando Suplementar Faz Sentido

A suplementação de selênio pode ser especialmente útil em algumas situações: se você tem diagnóstico de Hashimoto ou outra condição autoimune tireoidiana; se seus exames mostram boa produção de T4 mas conversão inadequada para T3; se você vive em regiões com solo pobre em selênio; ou se tem sintomas de hipotireoidismo mesmo com TSH dentro da faixa de referência.

Mas a decisão de suplementar deve ser individualizada. Exames de selênio sérico ou eritrocitário podem ajudar a identificar deficiências reais. E o acompanhamento é essencial — tanto para garantir eficácia quanto para evitar excesso.

O Que Isso Significa Para Você

Se você está cansada, com metabolismo lento, cabelo caindo e unhas quebradiças — mesmo tomando hormônio tireoidiano — o problema pode não estar na dose do medicamento. Pode estar na capacidade do seu corpo de ativar e usar esses hormônios.

O selênio é uma peça pequena, mas fundamental nesse quebra-cabeça. Ele permite que a tireoide produza hormônios adequadamente, que esses hormônios sejam convertidos na forma ativa, e que a glândula seja protegida de danos que podem desencadear autoimunidade.

Não é sobre tomar um suplemento e esperar milagres. É sobre entender o que seu corpo precisa, corrigir deficiências reais e criar as condições para que ele funcione como deveria. Quando você trata a causa — e não apenas o sintoma — a transformação acontece de forma natural e sustentável.

Sua tireoide merece mais do que um TSH isolado e uma receita genérica.

Agende sua avaliação e descubra o caminho personalizado para recuperar seu equilíbrio tireoidiano.

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