Você já entrou numa loja de suplementos procurando algo para melhorar a libido e saiu de lá com mais dúvidas do que respostas? Tribulus, maca peruana, long jack, marapuama — cada frasco promete resultados impressionantes, mas poucos explicam como funcionam ou, mais importante ainda, se funcionam para o seu caso específico.
Aqui está o que poucos te contam: suplementos para libido não são mágicos. Eles podem ser ferramentas valiosas, sim, mas apenas quando você entende o mecanismo por trás de cada um e, principalmente, quando sabe qual é a raiz do seu problema. Porque baixa libido raramente é uma questão isolada — ela é o sintoma visível de desequilíbrios hormonais, inflamatórios ou metabólicos que precisam ser investigados.
Neste artigo, vamos destrinchar os quatro suplementos mais populares para libido, o que a ciência diz sobre cada um, e o que você precisa avaliar antes de investir tempo e dinheiro neles.
Por Que Sua Libido Não É Apenas Uma Questão de “Tomar Algo”
Antes de falarmos sobre tribulus ou maca, precisamos estabelecer uma verdade incômoda: se sua libido está baixa, existe uma razão. E essa razão pode estar em diversos lugares — desde níveis baixos de testosterona até estresse crônico, inflamação sistêmica, resistência à insulina ou até mesmo prolactina alta bloqueando seus hormônios sexuais.
Pense nos suplementos como ferramentas numa caixa. Se você não sabe qual parafuso está solto, vai ficar testando chaves aleatoriamente. Pode até acertar eventualmente, mas o caminho será longo, caro e frustrante.
Por isso, a primeira pergunta não deveria ser “qual suplemento tomar?”, mas sim “o que está causando minha baixa libido?”. E isso só se descobre com avaliação médica adequada e exames hormonais completos.
Tribulus Terrestris: O Estimulante Hormonal Que Nem Sempre Estimula
O tribulus é provavelmente o suplemento mais famoso quando o assunto é libido. Extraído de uma planta espinhosa usada há séculos na medicina ayurvédica e chinesa, ele promete aumentar a testosterona e, consequentemente, o desejo sexual.
Mas aqui está o detalhe: estudos mostram que o tribulus pode aumentar os níveis de LH (hormônio luteinizante), que sinaliza para os testículos produzirem mais testosterona. O problema? Isso só funciona se seus testículos estiverem respondendo adequadamente a esse sinal. Se você tem hipogonadismo primário, resistência à insulina severa ou outros bloqueios metabólicos, o tribulus pode não fazer diferença alguma.
Pesquisas indicam que o tribulus tende a ser mais eficaz em homens com libido baixa sem deficiência hormonal diagnosticada — ou seja, quando o problema é mais funcional do que estrutural. Para mulheres, alguns estudos sugerem benefícios na libido pós-menopausa, mas os resultados são inconsistentes.
O que avaliar antes de usar tribulus: Seus níveis de testosterona total e livre, LH, FSH e SHBG. Se sua testosterona já está baixa e seu LH está alto, o tribulus provavelmente não resolverá — você precisa investigar a causa raiz.

Maca Peruana: O Adaptógeno Que Age no Eixo do Estresse
A maca é uma raiz andina que ganhou fama mundial como “viagra natural”. Mas seu mecanismo de ação é bem diferente do que a maioria imagina. A maca não aumenta testosterona diretamente — ela atua como adaptógeno, ajudando o corpo a regular o eixo HPA (hipotálamo-pituitária-adrenal), que controla sua resposta ao estresse.
Quando você está cronicamente estressado, seu corpo prioriza a produção de cortisol em detrimento dos hormônios sexuais. É o famoso “roubo de pregnenolona” — seu organismo desvia os precursores hormonais para lidar com a ameaça percebida (o estresse), deixando a libido em segundo plano.
A maca pode ajudar a reequilibrar esse eixo, reduzindo os efeitos do estresse crônico sobre a produção hormonal. Estudos mostram melhora na libido tanto em homens quanto em mulheres, especialmente quando o problema está relacionado a fadiga, ansiedade ou estresse.
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O que avaliar antes de usar maca: Seus níveis de cortisol (idealmente ao longo do dia, via teste salivar), DHEA-S e sintomas de fadiga adrenal. Se você está esgotado, ansioso e sem energia, a maca pode ser uma aliada valiosa. Se seu problema é puramente hormonal, ela sozinha não resolverá.
Long Jack (Tongkat Ali): O Modulador de Testosterona Livre
O long jack, também conhecido como Tongkat Ali ou Eurycoma longifolia, é um extrato de raiz malaio que tem ganhado atenção da comunidade científica nos últimos anos. E com razão: estudos bem desenhados mostram que ele pode aumentar a testosterona livre — aquela que realmente está disponível para seus tecidos usarem.
Como? O long jack parece reduzir os níveis de SHBG (globulina ligadora de hormônios sexuais), a proteína que sequestra sua testosterona e a torna inativa. Menos SHBG significa mais testosterona livre circulando — e isso se traduz em mais energia, melhor composição corporal e, sim, mais libido.
Pesquisas mostram que homens suplementando com 200-400mg de extrato padronizado de long jack por 4-12 semanas apresentaram aumento significativo na testosterona livre e melhora nos sintomas de baixa testosterona, incluindo desejo sexual.
Mas atenção: a qualidade do extrato importa muito. Long jack barato e não padronizado pode não conter os compostos ativos necessários (eurycomanone e outros quassinoides).
O que avaliar antes de usar long jack: Testosterona total, testosterona livre e SHBG. Se seu SHBG está alto e sua testosterona livre está baixa (mesmo com testosterona total normal), o long jack pode ser especialmente útil.

Marapuama: O Fitoterápico Brasileiro Ainda Pouco Estudado
A marapuama (Ptychopetalum olacoides) é uma planta nativa da Amazônia, tradicionalmente usada como afrodisíaco e tônico nervoso. Diferente dos anteriores, a marapuama tem menos evidências científicas robustas — a maior parte do conhecimento vem do uso tradicional e de estudos preliminares.
O que se sabe é que a marapuama parece ter efeitos sobre o sistema nervoso central, potencialmente aumentando a sensibilidade a estímulos sexuais e melhorando a função erétil. Alguns estudos pequenos sugerem que ela pode aumentar a frequência de fantasias sexuais e a satisfação com a vida sexual, especialmente em mulheres na pós-menopausa.
O mecanismo exato ainda não está claro, mas acredita-se que envolva modulação de neurotransmissores como dopamina e acetilcolina, além de possíveis efeitos vasodilatadores.
O que avaliar antes de usar marapuama: Honestamente, como a evidência é limitada, a marapuama funciona mais como uma tentativa empírica. Pode valer a pena se você já otimizou seus hormônios e ainda busca um “empurrãozinho” adicional, mas não deveria ser sua primeira linha de ação.
A Verdade Que Ninguém Quer Ouvir Sobre Suplementos para Libido
Aqui está o ponto central: nenhum desses suplementos fará milagres se você não corrigir os fundamentos. Se você dorme mal, está com sobrepeso, sedentário, estressado cronicamente e comendo uma dieta inflamatória, nenhuma quantidade de tribulus ou maca resolverá seu problema de libido.
Porque a libido não é um sistema isolado — ela é o reflexo da sua saúde metabólica, hormonal e neurológica como um todo. Quando seu corpo está em modo de sobrevivência (inflamado, estressado, desnutrido), a reprodução simplesmente não é prioridade.
Por isso, a abordagem da Clínica Rigatti nunca começa pelos suplementos. Começa pela investigação profunda: exames hormonais completos, avaliação metabólica, análise de estilo de vida. Só então, com o mapa completo em mãos, decidimos quais ferramentas usar — e suplementos podem, sim, fazer parte do protocolo. Mas sempre como coadjuvantes, nunca como protagonistas.
Quando Suplementos Fazem Sentido (E Quando Não Fazem)
Suplementos para libido fazem sentido quando você já tem um diagnóstico claro e está trabalhando os fundamentos. Por exemplo:
Se seus exames mostram testosterona livre baixa por SHBG elevado, e você está otimizando sono, dieta e exercício, o long jack pode acelerar seus resultados. Se você está gerenciando estresse crônico com técnicas adequadas mas ainda sente os efeitos na libido, a maca pode dar suporte adicional.
Mas se você está apenas “atirando no escuro”, comprando suplementos baseado em promessas de rótulo, as chances de frustração são altas. Você pode gastar meses testando produtos sem entender por que alguns funcionam e outros não — ou pior, por que nenhum funciona.
E tem outro detalhe importante: interações e contraindicações. Alguns desses suplementos podem interferir com medicamentos, alterar outros hormônios ou causar efeitos colaterais em pessoas com condições específicas. Tribulus, por exemplo, pode aumentar a prolactina em algumas pessoas — justamente o oposto do que você quer para a libido.
O Caminho Personalizado para Recuperar Sua Libido
A libido baixa é frustrante porque afeta não apenas sua vida sexual, mas sua autoestima, seus relacionamentos e sua sensação de vitalidade. E você merece mais do que soluções genéricas de prateleira.
Quando você entende o que está causando o problema — se é hormonal, metabólico, inflamatório ou uma combinação de fatores — o caminho fica claro. E os suplementos, quando bem escolhidos e bem dosados, podem ser aliados poderosos nessa jornada. Mas sempre como parte de um protocolo maior, nunca como solução isolada.
Porque seu corpo não precisa de promessas vazias. Ele precisa de investigação precisa, intervenção personalizada e acompanhamento contínuo. É assim que transformações reais acontecem.
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